Do alto da varanda abro os meus braços...
Agradecendo o dia que se finda!
O sol poente vai deixando seu rastro avermelhado,
mesclando o céu em várias matizes.
Desenhando imagens... me presenteando.
Fecho meus olhos, pra sentir o vento já fresco da
tarde que cai, e apurar os meus ouvidos.
Tudo está tão silencioso...só ouço o barulho dos
pássaros voltando para seus ninhos, o farfalhar das
arvores, e o som do mar... ouço suas ondas se
quebrando e vindo lamber a areia, buscar as conchas
deixadas por ele, que enfeitaram a praia neste dia morno.
Do alto da minha varanda, abro meus olhos...
Abro minh’alma ... abraçando meu próprio corpo
imaginando ser teus braços... mas estou só.
Tão só quanto este astro que se põe, pra dar
espaço para a escuridão, espaço para minha grande Deusa.
Observo seus últimos raios se apagando lentamente.
E ele me observa a descer os últimos degraus da escada
da minha varanda.